ESCOLA: DE INSTITUIÇÃO MORAL A INSTITUIÇÃO MUNDANA*

Quais os elementos que nos fornece a sociologia da educação, quando trata-se de lançarmos um olhar sobre as diferentes percepções da escola como instituição investida de um caráter sagrado e posteriormente como uma instituição mundana?

Caracteriza-se como instituição moral, enquanto guiada por princípios sagrados que trazem consigo as representações do professor como mestre; da escola que juntamente com a igreja e a família formam a trindade que instituem e socializam, ou seja, agregam ou condensam em seus programas institucionais os valores e princípios que conduziriam os indivíduos a um convívio harmônico e, sobretudo, revelassem a homogeneidade como resultante da eficiência institucional. Assim sob a tutela do Estado, a escola apresenta-se como uma das dimensões do social que atribui nos indivíduos fortes traços dos valores caros e imprescindíveis para uma formação adequada, dos quais os indivíduos compartilham e os tomam como fundamentos, no decorrer de suas vivências.

No entanto, esta percepção da escola enquanto santuário do saber apresentou-se insuficiente, incapaz de dialogar com situações diversas, que dentre outras, podemos citar: a crescente democratização da educação e a diversidade cultural decorrente; a pluralidade dos grupos que formam-se nos diferentes espaços da escola; a “queda” dos muros da escola, que transparecem a realidade singular da comunidade na qual esta inserida e não podemos deixar de pensar na profissionalização dos envolvidos no processo educacional e na divisão do trabalho que dela resulta.

A sacralidade das instituições educacionais  desintegrou-se em um processo de rápidas e sucessivas transformações econômicas, culturais, e de políticas publicas, todas transitando por múltiplas esferas, transformando e sendo transformadas em um constante diálogo e fornecendo à escola novas situações e possibilidades, a tal ponto, que a escola volta o olhar sobre si mesma, e compreende-se como uma organização que não mais detém a exclusividade do saber. Descaracterizou-se como núcleo gravitacional do conhecimento, porém, esse declínio não representa sua morte, representa unicamente, sua transformação, anteriormente “sagrada”, atualmente “mundana”.

                                                                                                            *Texto Elaborado pelos bolsistas

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