Análise
sociológica do livro de literatura: Robinson Cruzoé de Daniel Defoe
Patricia Gargioni
Robson Crozoé revoltado
com sua vida pacata e sistemática da classe média de York, na Inglaterra,
resolve fugir de casa e torna-se marinheiro. Em uma de suas viagens, acaba
ficando no Brasil e estabelecendo-se como senhor de engenho. Ansioso por novas
aventuras viaja para a Guiné, na África, em missão de comerciantes de Salvador,
no entanto uma tempestade acaba levando seu navio para o mar do Caribe e outra
o faz naufragar. Sendo o único sobrevivente
do desastre, Crusoé alcançar uma ilha deserta, ao largo da costa venezuelana, e
viverá 27 anos, dois meses e dezenove dias.
Suas únicas ferramentas eram as cordas, tábuas e outros
utensílios retirados do navio que foram seus amigos que o ajudam a enfrentar o
desamparo e a solidão. Durante superava as múltiplas dificuldades de seu
desterro, Crusoé refletia a cerca de valores da existência humana e acabara se
reaproximando de Deus.
Em seus últimos anos de permanência na ilha deserta, Cruzoé
acaba salvado a vida de um selvagem que estava para ser vitimizada por canibais
vindos do continente. Batizado de Sexta-Feira, dia da semana na qual o
encontrou, acaba ensinando a falar inglês, transmite a ele valores éticos e
religiosos e, ao retornar para a Inglaterra, leva-o consigo. Recuperando sua
fortuna, acaba casando e constituindo família; já sexagenário fica viúvo e
decide visitar “sua” ilha, na qual deixara três amotinados do navio que o
salvara e alguns espanhóis que por ventura naufragaram em suas proximidades.
As aventuras de “Robinson
Crusoé” dão a dimensão de serem reconhecidas como as famosas “robinsonadas”,
sendo elas o meio pertinente de divulgar as idéias contidas no romance, por
exemplo, a necessidade de uma lei moral, a justificativa da organização civil,
etc.
As
“robinsonadas” dão simbologia a ascensão do individualismo na sociedade
moderna; Robinson Crusoé retrata, ilustra e muitas vezes exemplificam o
pensamento John Locke , uma vez que o personagem principal se encontra em
estado natural e, na produção de atividades para sua sobrevivência, seu trabalho
vai ampliando suas posses até ele se tornar dono de toda a ilha. Para
John Locke, a propriedade é um direito natural e fruto do trabalho, contudo,
para preservar a ameaça ao proveito da propriedade, das liberdades e da
igualdade, o homem vê se obrigado a renunciar o estado natural e criar a
sociedade política, por meio do pacto social;
A passagem do
estado natural vai acontecendo sucessivamente através da conquista e da
dominação dos elementos da natureza, pelo trabalho e pelo conhecimento
técnico-cultural;
O predomínio do
meio natural proporciona Crusoé à realização da negação do estado natural, que
ele consegue por meio de uma regeneração, por intermédio dos princípios morais provindos
de suas reflexões;
O autor opera igual
a Locke e Rousseau, identificando o novo estado, a sociedade civil, em
contraposição ao estado natural - à sociedade capitalista;
O predomínio do contrato
é destacado na obra, porque a grande parte das relações de Robinson com outros
civilizados se faz contratualmente;
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