BARRÈRE, A; SEMBEL,N. Escola e Socialização. In: _______ Sociologia da Escola. São Paulo: Edições Loyola, 2006. p. 15-34.

       Gabriel Claro da Rosa
       
       A socialização a muito é problematizada e há diferentes visões sobre o tema. No livro Sociologia da Escola, Barrère e Sembel começam por apresentar a concepção clássica, onde a socialização é uma função basicamente da escola e da família, essas duas instituições tem por objetivo moldar o comportamento dos indivíduos a tal ponto que sejam socialmente aceitos. Entretanto, essa visão de guiar os indivíduos para um comportamento socialmente aceito, além de possuir como pano de fundo um forte peso moralizador, não mais é útil nos dias de hoje, haja vista a multiculturalidade de pensamentos. Ao se falar em uma teorização clássica a cerca do tema, fala-se principalmente em Emile Durkheim como sendo seu principal expoente.
       Uma segunda visão sobre o tema é a concepção da reprodução, fomentada por Bordieu e Passeron em contraponto a visão clássica. O papel da escola possui peso fundamental nessa perspectiva, porem, se a escola é um instrumento socializador de base da sociedade, ela não pode se permitir guiar o individuo ainda em formação a uma plena liberdade, caso assim fosse, o mesmo se voltaria contra a sociedade. Sendo assim, a socialização realizada pela escola, é no sentido de reproduzir o já estabelecido.
       Como uma terceira teoria, o livro nos apresenta a visão de François Dubet, teoria essa que tem por base a subjetividade do aluno, derivando disso, o foco dos estudos esta na relação que o individuo estabelece com a escola. Nessa perspectiva o aluno não é meramente passivo, tem um papel fundamental no que tange suas relações com a socialização criada pela escola e não há mais apenas um modelo fixo de socialização, mas sim, varias e singulares socializações.  

      Estudos contemporâneos apontam para a importância não apenas da escola e da família como instituições separadas e estanques, mas na relação que a família estabelece com escola e a forma como é desenvolvido o ensino. A socialização escolar não apenas vista em sala de aula, mas sim, nas atividades extra-classes, ou seja, atividades esportivas e culturais que possibilitem a integração dos jovens.
       As novas propostas de socialização são muito mais integradoras e devem ser vistas de forma sistêmica, não mais é possível deixar a cargo apenas da escola ou da família a integração de um individuo a sociedade. A sociedade não é única, e a socialização não deve possuir uma única fonte formadora.
 

Comentários

  1. Durkeim entendia que moldar o comportamento do índivíduo os guiando para serem aceitos na sociedade seria uma atitude moralizadora, mas essa teorização clássica não é aceita nos dias atuais. Bordieu e Passeron fomentam a concepção da reprodução sendo que a escola não se deve permitir guiar o indivíduo em formação a uma plena liberdade pois o mesmo se voltaria contra a sociedade. Para Dubet a toria tem por base a subjetividade do aluno e não há um modelo fixo de socialização mas vários.
    Gabriel gostei muito da forma como você produziu o seu texto sobre o livro Sociologia da Escola de Barrère e Sembel e quando relatou que estudos contemporâneos apontam para a importância não apenas da escola e da família como instituições separadas e estanques, mas na realação que a família estabelece com a escola e a forma como é desenvolvido o ensino. E que a socialização escolar não deve ser vista apenas na sala de aula, mas nas atividades extra-classes para que permitam maior integração dos estudantes.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas